A matéria
Quanto
aos físicos, eles têm duas maneiras de argumentar. Uns, de fato, tendo feito do
ente um corpo único que é o substrato – seja um dos três elementos, seja outro
que é mais denso que o fogo
e mais
sutil que o ar –, engendram as outras coisas por condensação e rarefação,
fazendo-os múltiplos (mas são, desse modo, contrários...).
O que é natural?
Entre os
entes, alguns são por natureza, outros por outras causas: nós dizemos que são
por natureza os animais tanto quanto suas partes, as plantas os corpos simples
como a terra, o fogo, o ar, a água – coisas, de fato, e coisas semelhantes
dizemos que são por natureza. Ora todas essas coisas se mostram diferentes
daquelas que não são constituídas por natureza. Cada uma dessas, de fato,
possui em si mesma um princípio do movimento e de repouso, umas quanto ao
lugar, outras quanto ao aumento e diminuição, outras quanto à alteração. (...)
A natureza é um princípio, a saber, uma causa do fato de ser movido e de estar
em repouso para aquilo que a ela pertence imediatamente por si e não por
acidente (...).
O natural e a matéria
A
natureza se diz então assim de uma primeira maneira: a matéria subjacente
primeira de cada um dos seres que têm neles mesmos um princípio do movimento e
de mudança; de uma outra maneira, é a configuração e mais precisamente a forma
segundo a definição [193 a 30].
A matéria e a
forma
Para
Aristóteles, os antigos pensadores falaram apenas da matéria, mas a substância
é composta de matéria e forma. Essa última garante à matéria o ser essencial
por oferecer sua definição. Desse modo, para Aristóteles, eles apenas
perceberam uma das causas do ente natural. Eles enfatizaram unilateralmente uma
ou outra causa.
Matéria e movimento
Mas os
princípios que movem naturalmente as coisas são dois, do qual um não pertence à
natureza; de fato, ele não tem em si mesmo princípio do movimento; tal é o caso
do que se move sem ser movido, como o que é completamente imóvel – quer dizer
do ente primeiro entre todos – e a essência e a forma, pois é um objetivo em
vista de quê [198 b].
Semana
2
Metafísica e lógica
A palavra "metafísica" deriva da
antologia de trabalhos de Aristóteles μετάφυσικά (metàphysiká),
indicando que aqueles trabalhos foram compilados após os trabalhos sobre a
física. Aristóteles referia-se a estes trabalhos como "filosofia
primeira", indicando a primazia teórica de seu conteúdo em relação àqueles
abordados na física. Comentadores entenderam que a palavra
"metafísica" poderia ser reinterpretada como "a ciência do mundo
para além da física" e encontraram razões intrínsecas para justificar o
uso do termo "metafísica" para referir-se a este tipo de trabalho, de
forma que o termo se instaurou e sobreviveu até os dias atuais.
Thomás de Aquino, em seu Expositio in librum
Boethii De hebdomadibus, explicou que este uso era pedagógico e
cronológico, de acordo com o autor, os estudos conhecidos como metafísica,
deveria ser levados a cabo após compreendermos as ciências que lidam com o
mundo físico - material. A metafísica portanto trataria dos aspectos imateriais
ou abstratos do mundo, ocupando-se principalmente em responder duas questões
fundamentais:
- O que existe?
- Como é o que existe?
Estas duas questões, aparentemente simples, tem
liderado o debate desde que Thales de Mileto, que segundo Aristóteles teria
sido o primeiro filósofo, afastou as explicações mitológicas e divinas para
formular uma causa primeira, a qual chamou "Arche",
significando "origem" ou "início". Através desta causa
primeira seria possível explicar todos os fenômenos. Não por acaso, um dos
ramos centrais da metafísica é a ontologia, que se ocupa das investigações
acerca do ser e de como as categorias básicas de ser se relacionam.
Tradicionalmente, ocupam lugar de destaque nos
debates acerca de questões metafísicas os filósofos Aristóteles, que não apenas
foi indiretamente o responsável pelo nome desta disciplina como desenvolveu
investigações em praticamente todas os temas da metafísica, desde a questão dos
universais, como apresentada por seu mentor Platão, até
movimento e causalidade, entre outros temas; Leibniz, Descartes e Espinosa, no que concerne ao movimento racionalista; Immanuel Kant, que procurou realizar uma grande síntese das
discussões que lhe precederam; e o filósofo que encabeçou a filosofia analítica da primeira metade do século XX, Bertrand Russell, trazendo a tona a teoria do monismo neutro.
Até a metade do século XX, a filosofia analítica
tendia a rejeitar as teorizações metafísicas, porém com as discussões levantadas
por filósofos como David Kellog Lewis e David Malet Armstrong observamos um
renascimento das teorizações metafísicas, para tratar de questões como
universais, causação, objetos abstratos e necessidade. Questões em filosofia da
ficção, filosofia do tempo e debates sobre a existência como uma propriedade
deixaram de ser obscuras e passaram ao centro dos debates acadêmicos.
Quanto a relevância de se levantar questões
metafísicas, dois filósofos se destacam no debate, Amie Thomasson e Ted Sider.
Thomasson argumenta que a maioria das questões metafísicas seria nada mais que
confusões de palavras, podendo ser solucionadas simplesmente pelo modo como
olhamos para o uso de algumas das palavras envolvidas, ao compreendermos este
uso seriamos capazes de perceber que a questão na verdade não se coloca, é uma
questão aparente. Sider, por outro lado, argumenta que tais questões não são
simples confusões de palavras, mas tem conteúdo substantivo e que o progresso
nestas questões pode ser feito por meio de virtudes valorizadas nas ciências,
como a análise do poder de explicação e a simplicidade.
Semana
3
A Revolução Científica
Chamamos de revolução científica o período entre
os anos de 1550 e 1770, aproximadamente. Este período foi marcado por mudanças
na forma do pensamento…
Seu início, pode-se dizer, se deu com a proposta
do modelo heliocêntrico de Nicolau Copérnico, ou seja, com a proposta de que a
Terra não está no centro do universo, e se que ela se move. O pensamento da
população a respeito da composição da matéria baseava-se somente na terra, no
fogo, no ar e na água, mas algum tempo depois, tudo passou a ser diferente:
sabia-se da existência das pequenas partículas e de seu papel na formação das
coisas. Com o início dessa revolução, passou-se a ir contra muitos pensamentos
da igreja e novos estudos foram realizados para que essa visão de Copérnico
fosse aceita. Surgiram então novas propostas de Galileu Galilei, René
Descartes, Christiaan Huygens e Isaac Newton.
O termo Revolução Científica, no entanto, somente
passou a ser usado a partir de 1939, quando Alexandre Koyré, historiador
francês, começou a usar o termo para designar o período de mudanças
intelectuais radicais.
Motivos
Entre as principais causas, podemos citar o
renascimento cultural, a imprensa, a reforma protestante e o hermetismo que
nada mais é que o estudo e a prática da filosofia oculta e da magia.
Com o surgimento do renascimento, vieram
correntes de pensamento que pregavam o uso do senso crítico mais aprofundado,
assim como uma atenção maior às necessidades humanas. Com esse senso crítico, o
homem passou a ver mais os fenômenos naturais ao invés de levar tudo pelo que a
Igreja Católica dizia.
Os avanços
Entre muitas mudanças que essa revolução trouxe
para a ciência, está a percepção de que quando estudamos a natureza da Terra,
também estamos conhecendo como ela é no Universo. A observação das manchas
solares feita por Galileu em torno do ano de 1610 foi o que mais determinou a
mudança de pensamento quanto ao movimento da Lua em torno da Terra, assim como
dos planetas ao redor do Sol.
Ele descobriu que as manchas não pareciam estar
estacionadas, movendo-se pelo disco solar com aparência irregular variando,
diariamente, na opacidade e em número. Passou ainda a lançar-se contra tudo que
se acreditava até então, contra a crença tradicional e argumentando sobre a
doutrina ortodoxa, afirmando que esta deveria também ser testada por meio de
observações confiáveis e deduções matemáticas.
Além disso, a ciência passou a ser mais aceita e
ganhou muitas outras ferramentas, ganhando espaço e removendo as influências
místicas da Idade Média nos pensamentos. A imprensa foi inventada por Johannes
Gutenberg e, com isso, as releituras foram eliminadas, mantendo cópias dos
originais a todos que a quisessem, sem interpretações equivocadas.
A matemática descreveu verdades, a física
explicou os fenômenos da natureza que antes eram explicados como fenômenos
divinos pela igreja, e provou-se que a Terra é que se movia em torno do Sol.
Semana
4
A
revolução cartesiana
Descartes é um filosofo cuja característica é o seu
temperamento matemático, sua preocupação era com a ordem, a clareza e a
distinção. Preocupava-se também em manter a sua filosofia positiva e concreta,
contudo de modo simples e claro. Descarte propôs fazer uma ciência essencialmente
pratica e não especulativa, queria disciplinar a ciência e isso seria possível
com um bom método. Esse método seria universal, inspirado no rigor matemático e
racionalista.
O Método Cartesiano
O método seria um instrumento, que bem manejado
levara o homem a verdade, esse método consiste em aceitar apenas aquilo que é
certo e irrefutável e conseqüentemente eliminar todo o conhecimento inseguro ou
sujeito a controvérsias. O objetivo de Descartes era de abranger numa
perspectiva de conjunto unitário e claro, todos os problemas propostos a
investigação cientifica.
O fundamento principal da filosofia cartesiana
consiste na pesquisa da verdade, com relação a existência dos
"objetos", dentro de um universo de coisas reais. O método cartesiano
esta fundamentado no principio de jamais acreditar em nada que não tivesse
fundamento para provar a verdade. Com essa regra nunca aceitara o falso por
verdadeiro e chegará ao verdadeiro conhecimento de tudo.
Descartes parte do cogito (pensamento) que faz
parte do seu interior, colocando em duvida a sua própria existência para chegar
a uma certeza sobre a concepção de homem, o qual faz um novo pensar sobre a
problemática (homem) considerando duas principais substancias existentes, que
são o corpo e a alma que se unem em uma união fundamental porem distintas entre
si.
Suas obras principais são tidas como clássicas são
elas: Regras para a orientação do espírito – 1628 (primeiros conceitos do
método cartesiano), Geometria – 1637 - (estudos e reflexões sobre a matemática,
a física e a geometria), Discurso do Método – 1637 (instruções de como conduzir
a razão, como buscar a verdade na ciência), Meditações – 1641 (expande as
reflexões do discurso do método cartesiano).
O cartesianismo também pode ser definido numa
perspectiva de senso comum como a primeira filosofia moderna e acabou
estabelecendo as bases da ciência moderna e contemporânea. Sobre esta questão
temos na wikipedia a seguinte afirmação:[1]
O cartesianismo é um movimento filosófico cuja
origem é o pensamento do francês René Descartes, filósofo, físico e matemático
(1596-1650). Segundo Bertrand Russell Descartes é considerado o fundador da
filosofia moderna e pai da matemática. Descartes foi o responsável pelo
racionalismo continental, fazendo oposição ao empirismo. Descartes é
considerado o primeiro filósofo "moderno"porem ele mesmo não se
considera mestre e sim um estudioso, descobridor e explorador daquilo que encontrou.
Sua contribuição à epistemologia é essencial, assim como às ciências naturais
por ter estabelecido um método que ajudou o seu desenvolvimento. Descartes
criou, em suas obras Discurso sobre o método e Meditações - ambas
escritas no vernáculo, ao invés do latim tradicional dos trabalhos de filosofia
- as bases da ciência contemporânea.
O método cartesiano põe em dúvida tanto o mundo das
coisas sensíveis quanto o das inteligíveis, ou seja, duvidar de tudo, As coisas
só podem ser apreendidas por meio das sensações ou do conhecimento
intelectual. A evidência da própria existência – o "penso, logo
existo" – traz uma primeira certeza. A razão seria a única coisa
verdadeira da qual se deve partir para alcançar o conhecimento. Diz Descartes
"Eu sou uma coisa que pensa, e só do meu pensamento posso ter certeza ou
intuição imediata".
Para reconhecer algo como verdadeiro, ele considera
necessário usar a razão, o raciocínio como filtro e decompor esse algo em
partes isoladas, em idéias claras e distintas, ou seja, propõe fragmentar,
dividir o objeto de estudo a fim de melhor entender, compreender, estudar,
questionar, analisar, criticar, o todo, o sistema. Enfim experimentar na esfera
da ciência e da razão, isto é estudar cientificamente, historicamente e racionalmente.
Para garantir que a razão não se deixe enganar pela realidade, tomando como evidência o que de fato pode não passar de um erro de pensamento ou ilusão dos sentidos, Descartes formula sua segunda certeza: a existência de Deus. Entre outras provas, usa a idéia de Deus como o ser perfeito. A noção de perfeição não poderia nascer de um ser imperfeito como o homem, mas de outro ser perfeito, argumenta. Logo, se um ser é perfeito, deve ter a perfeição da existência. Caso contrário lhe faltaria algo para ser perfeito. Portanto, Deus existe. Essas conclusões são possíveis a partir da sua metafísica. A metafísica de Descartes é buscar a identidade da matéria e espaço, o mundo tem uma extensão infinita, o mundo é constituído pela mesma matéria em qualquer parte, o vácuo é algo impossível.
Para garantir que a razão não se deixe enganar pela realidade, tomando como evidência o que de fato pode não passar de um erro de pensamento ou ilusão dos sentidos, Descartes formula sua segunda certeza: a existência de Deus. Entre outras provas, usa a idéia de Deus como o ser perfeito. A noção de perfeição não poderia nascer de um ser imperfeito como o homem, mas de outro ser perfeito, argumenta. Logo, se um ser é perfeito, deve ter a perfeição da existência. Caso contrário lhe faltaria algo para ser perfeito. Portanto, Deus existe. Essas conclusões são possíveis a partir da sua metafísica. A metafísica de Descartes é buscar a identidade da matéria e espaço, o mundo tem uma extensão infinita, o mundo é constituído pela mesma matéria em qualquer parte, o vácuo é algo impossível.
Segundo informação extraída da Internet na
enciclopédia virtual wikipedia, Descartes é considerado como um revolucionário
para a sua época, trouxe novos parâmetros para a ciência e para a busca da
verdade[2]
O pensamento de Descartes é revolucionário para uma
sociedade feudalista em que ele nasceu, onde a influência da Igreja ainda era
muito forte e quando ainda não existia uma tradição de "produção de
conhecimento". Para a sociedade feudal, o conhecimento estava nas mãos da
Igreja, onde não havia reflexões em torno da existência e da racionalidade.
Descartes viajou muito e viu que sociedades diferentes têm crenças diferentes,
mesmo contraditórias. Aquilo que numa região é tido por verdadeiro, é achado
como ridículo, disparatado, mentira, nos outros lugares. Descartes viu que os
"costumes", a história de um povo, sua tradição "cultural"
influenciam a forma como as pessoas pensam, aquilo em que acreditam. Descartes
quer acabar com a influência desses "costumes" no pensamento. Como
principio fundamental de todo conhecimento coloca o "cogito ergo
sum", isto é, a certeza do próprio pensamento e da própria existência.
O objetivo de Descartes é a pesquisa de um método
adaptado a conquista do saber, descobre esse método que tem como objetivo a
clareza e a distinção, ou seja, com isso quer ser mais objetivo possível,
imparcial, quer fundamentar o seu pensamento em verdades claras e distintas.
Para isso, de acordo com o seu método, devem ser eliminadas quaisquer
influencias de idéias que muitas vezes não são verdadeiras, mas que são tidas
como mitológicas e por fim muitas vezes acabamos aceitando tais mitos sem que
nunca tenhamos comprovado de fato. Só devemos nos basear em enunciados claros e
evidentes.
Essa metafísica cartesiana ou método cartesiano nos
diz de que é feito e como é feito o mundo. O método cartesiano revoluciona
todos os campos do pensamento de sua época, possibilitando o desenvolvimento da
ciência moderna e abrindo caminho para o ser humano dominar a natureza. A
realidade das idéias claras e distintas, que Descartes apresentou a partir do
método da dúvida e da evidência, transformou o mundo em algo que pode ser quantificado.
Com isso, a ciência, que até então se baseava em qualidades obscuras e
duvidosas, a partir do início do século XVII torna-se matemática, capaz de
reduzir o universo a coisas e mecanismos mensuráveis, que a geometria pode
explicar. Descarte propõe uma espécie de ceticismo para as coisas, tudo tem que
ser duvidado, experimentado.
Sobre o método cartesiano Moraes (1992, p.14)
afirma que:
O método cartesiano consiste no Ceticismo
Metodológico - duvida-se de cada idéia que pode ser duvidada. Ao contrário dos
gregos antigos e dos escolásticos, que acreditavam que as coisas existem
simplesmente porque precisam existir, ou porque assim deve ser,
Descartes institui a dúvida: só se pode dizer que existe aquilo que possa ser
provado. Ele mesmo consegue provar a existência do próprio eu (que duvida,
portanto, é sujeito de algo - cogito ergo sum, penso logo existo) e de
Deus. O ato de duvidar como indubitável. È a metafísica que vai prescrever ao
cientista o que ele deve buscar, qual o problema e para tanto é necessário
utilizar do método da fragmentação, isto é da redução para buscar a verdade
Também consiste o método na realização de quatro tarefas básicas: verificar se
existem evidências reais e indubitáveis acerca do fenômeno ou coisa estudada;
analisar, ou seja, dividir ao máximo as coisas, em suas unidades de composição,
fundamentais, e estudar essas coisas mais simples que aparecem; sintetizar, ou
seja, agrupar novamente as unidades estudadas em um todo verdadeiro; e enumerar
todas as conclusões e princípios utilizados, a fim de manter a ordem do
pensamento.
Descartes dividiu a realidade em res conngitas
(consciência e mente) e res extensa (corpo e matéria). Acreditava que
Deus criou o universo como um perfeito mecanismo. Em relação à ciência,
Descartes desenvolveu uma filosofia que influenciou muitos, até ser passada
pela metodologia de Newton. Ele propunha, por exemplo, que o universo era pleno
e não poderia haver vácuo, o vácuo é algo impossível. Descartes acreditava que
a matéria não possuía qualidades inerentes, mas era simplesmente o material
bruto que ocupava o espaço. Descartes propunha a criação de um método para
chegar a verdade cientifica, pois a duvida não pode jamais existir, tem que
haver certeza, lógica e razão na ciência.
Para Descartes, nem os sentidos, que podem
enganar-nos, nem as idéias, que são confusas, podem nos dar certezas e,
portanto, nos conduzir ao entendimento da realidade. Por isso, com a finalidade
de estabelecer um método de pensamento que permita chegar à verdade, desenvolve
um sistema de raciocínio que se baseia na dúvida metódica e não pressupõe
certezas e verdades. Com base nisso reconstrói o universo da metafísica
clássica com a idéia de que a essência do ser humano esta no pensamento.
O anticartesianismo
O homem-máquina
O homem-máquina ocidental
Deus, homem e ciência
Distinção de corpo e alma
reação vitalista
A nova aliança na onda anticartesiana
Semana
5
Lógica Matemática
A lógica
antiga, moderna ou clássica não era plenamente formal, pois não era apática aos
conteúdos das preposições nem às operações intelectuais do sujeito do
conhecimento. Era atribuída a forma lógica o valor de falsidade ou verdade com
base na falsidade ou verdade dos atos de conhecimento do sujeito e na
irrealidade ou realidade dos objetos conhecidos. Em oposição a essa linha de
pensamento, a lógica contemporânea, procura se tornar um cálculo simbólico,
preocupando-se cada vez menos com o conteúdo material das preposições e com as
operações intelectuais do conhecimento. Tornando-se plenamente formal.
A lógica descreve as formas, as relações e as propriedades das preposições, em decorrência da construção de um simbolismo regulado e ordenado que permite diferenciar linguagem cotidiana e linguagem formalizada. A linguagem formal nada tem a ver com a linguagem cotidiana, pois se trata de uma linguagem inteiramente construída por ela mesma, baseada no modelo da matemática.
Desde o período da Grécia Antiga, a matemática era considerada uma ciência baseada no intuito intelectual de verdades absolutas, existentes em si e por si mesmas, não dependendo de nenhuma interferência humana.
As figuras geométricas, os axiomas, os números, as operações algébricas, as operações aritméticas e os símbolos eram considerados verdades absolutas necessárias, universais, que existiriam com ou sem os homens e que permaneceriam existindo mesmo se os seres humanos desaparecessem. Porém, a partir do XVII passou-se a considerar a matemática uma ciência que resulta de uma construção intelectual, uma invenção do espírito humano.
Os entes matemáticos são puras idealidades construídas pelo pensamento ou pelo intelecto, que formula um conjunto rigoroso de regras, princípios, normas e operações para a criação de números, figuras, cálculos, símbolos, etc. Concluído que a matemática é uma ciência de formas e cálculos puros, organizados numa linguagem simbólica perfeita, na qual cada signo é um algoritmo, isto é, um símbolo com um único sentido.
Semana
6
Ciência Clássica e Paradigmas não-clássicos na Ciência:O
significado das qualidades secundárias na natureza)
O conhecimento que temos do mundo está baseado nas experiências que
fazemos. Porém, precisamos fazer uma distinção entre o que é uma qualidade
primária e o que é uma qualidade secundária.
As qualidades secundárias estão baseadas nas experiências que temos com
as coisas ao nosso redor. São as sensações que temos daquilo que é uma
propriedade do real. Nesse real está contido o conhecimento científico; é o
lugar onde está a realidade primária das coisas. Esse conhecimento é alcançado
pelo intelecto que nos dá a conhecer o mundo e compreender os seus movimentos.
A partir daí realizam-se as experiências sensoriais que vem a ser o atomismo de
onde compreendemos o mundo através do intelecto.
Porém, não podemos reduzir o “ser” à “aparência” da realidade. É nesse
ponto que entra a ciência com a sua investigação para compreender a realidade
além das aparências, além das nossas mentes e supostamente está fora dela. É a
relação entre “realidade” e “aparência”.
A ciência clássica é caracterizada pelo encontro que existe entre o
homem e a natureza. Nesse encontro a matemática buscou a representação da
natureza como um conjunto de leis que estão dentro de uma ordem regular. As
descobertas científicas conferem um novo sentido e descobrem a linguagem desta
natureza. Esta linguagem se dá numa estrutura que está ordenada de forma
regular como num relógio. Essa natureza tem leis que seguem regras matemáticas
numa ordenação que se dá em dois pontos: programação (tempo) e regulação
(movimento). Esse teria sido o princípio que norteou a Criação Divina e que foi
implementado nas máquinas inventadas pelo homem.
Neste
ponto, as qualidades secundárias são vistas como o efeito dos nossos sentidos em
relação àquilo que é primário. Por primário entende-se o que é inerente aos
corpos físicos como número, tamanho, movimento ou repouso. É aquilo que não
pode ser separado do objeto pelo nosso pensamento. Já as qualidades secundárias
provêm das experiências que temos com as qualidades primárias, como cor, som,
sabor, sensação... Galileu vê essas qualidades apenas como nomes que, além da
experiência sensorial ou mental, não dizem nada. Existem somente no corpo que o
sente. Por esse motivo, não podem figurar no domínio matemático da natureza.
Somente as qualidades primárias permanecem, mesmo que o homem deixe de existir.
É o mundo real que continua existindo fora do homem e que, matematicamente,
segue seu curso independente de nossos sentidos.